Unila recebe a 8ª Mostra de Direitos Humanos na América do Sul

A 8a Mostra de Direitos Humanos na América do Sul, realizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em parceria com o Ministério da Cultura, vem acontendo em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal desde o final de novembro, e conta com dezenas de obras audiovisuais sul-americanas – a maior parte contemporâneas e documentais, compreendidas em eixos específicos, como a “Mostra Competitiva e Cinema Indígena”.

A programação contempla produções de diversos países da região que trabalham temas relacionados a Direitos Humanos, valorizando a diversidade e tratando do enfrentamento a todas as formas de violações de direitos. Cinco filmes deste rol compõem o pacote “Democratizando” e serão exibidos em Foz do Iguaçu, na UNILA Centro (Sala Negra) entre os dias 18 e 21 de dezembro. Assim como a UNILA, outros 500 pontos de todo o país receberão o “Democratizando”, um projeto interno à Mostra, que tem a proposta de levar os filmes a diversos locais do país, como cineclubes, pontos de cultura, universidades, museus, entre outros.

“Uma das propostas do curso de Cinema é estabelecer novos espaços de distribuição na região para exibição de filmes que não fazem parte do circuito audiovisual que já existe. Além disso, os filmes têm tudo a ver com as discussões pretendidas pela própria UNILA no que se relaciona à integração, resguardo e visibilidade de direitos humanos, interdisciplinaridade”, coloca um dos organizadores da Mostra, o professor Eduardo Dias Fonseca, do curso de Cinema e Audiovisual.

A Mostra terá início na quarta-feira (18), a partir de 19h30, com a exibição de “Brasília Segundo Feldman”, de Vladimir Carvalho (22′), seguida de “As hiper-mulheres”, de Takumã Kuikuro, Carlos Fausto, Leonardo Sette (80′). Já na quinta-feira (a partir de 18h) será a vez de “Caixa D’água: Qui-lombo é esse?”, de Everlane Moraes Santos (15′) e “Doméstica”, de Gabriel Mascaro (75′). Na sexta (a partir de 18h), repete-se “As hiper-mulheres” e apresenta-se “Katia”, de Karla Holanda (74′). No sábado, a programação terá início pela tarde, com “Caixa D’água: Qui-lombo é esse?”, às 15h; “Doméstica”, às 16h; e “Katia”, às 18h. Todas as sessões são gratuitas. O espaço na UNILA Centro é restrito a cerca de 50 pessoas, por isso, haverá a entrega de senhas 30 minutos antes do início das sessões.

Sobre a Mostra
A “Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul” tem o papel de disseminar e fortalecer a educação e a cultura em Direitos Humanos, especialmente de forma a alcançar os setores historicamente excluídos ou com menos acesso a bens culturais. Ela foi lançada em dezembro de 2006, com a finalidade de celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, sendo exibida em quatro cidades. Aos poucos, foi sendo expandida e já chega, neste ano, a todas as capitais brasileiras e também ao interior do Brasil com o projeto “Democratizando”. A curadoria coube à Universidade Federal Fluminense, que selecionou 38 filmes de um total de mais de 150 inscritos. A Mostra também contempla a acessibilidade e terá filmes legendados para deficientes auditivos e com audiodescrição para deficientes visuais.

Confira as sinopses:
Brasília Segundo Feldman (1979, 22′): Os primeiros tempos de Brasília, no último ano de sua construção. Depoimentos de pioneiros e trabalhadores sobre aquele momento e as condições de vida dos candangos. A trilha sonora vale-se de gravações realizadas à época, proporcionando especial colorido ao filme.

As hiper-mulheres (2011, 80′): Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios, enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas encontra-se gravemente doente. Premiado no festival de Gramado com os prêmios “Especial do Júri” e “Melhor Montagem”.

Katia (2012, 75′): O documentário conta a história da primeira transexual eleita para um cargo político no Brasil. Além de mostrar como José transformou-se em Katia Tapety, o filme apresenta a trajetória política da travesti piauiense que lidou com o preconceito do pai na infância, mas hoje é respeitada entre seus conterrâneos. Ela foi a vereadora mais votada de seu município por três vezes consecutivas e chegou à vice-prefeitura da cidade de Colônia do Piaui, entre 2004 e 2008.

Doméstica (2012, 75′): Sete adolescentes assumem a missão de registrar, por uma semana, a sua empregada doméstica e entregar o material bruto para o diretor realizar um filme com essas imagens. Entre o choque da intimidade, as relações de poder e a performance do cotidiano, o filme lança um olhar contemporâneo sobre o trabalho doméstico no ambiente familiar e transforma-se em um potente ensaio sobre afeto e trabalho.

Caixa D’água: Qui-lombo é esse? (2012, 15′): O documentário relata, através de depoimentos de antigos moradores e de acervos fotográficos, a importância, no âmbito cultural e histórico, do bairro Getúlio Vargas, localizado em Aracaju, capital de Sergipe. A ênfase é dada à cultura negra e à presença do negro escravo e seus descendentes, com o resgate de assuntos relacionados à sua origem, oralidade, localização geográfica e consciência de sua identidade racial. O vídeo mostra que que, apesar dessa comunidade existir em uma área urbana, ainda mantém muitos aspectos da vida em quilombo dos antigos negros escravos do Brasil.

Programação em Foz do Iguaçu:

Dia 18/12/2013 (Quarta)
19:30 Brasília Segundo Feldman
20:30 As hiper-mulheres

Dia 19/12/2013 (Quinta)
18:00 Caixa D’água: Qui-lombo é esse?
18:40 Doméstica

Dia 20/12/2013 (Sexta)
18:00 As hiper-mulheres
20:00 Katia

Dia 21/12/2013 (Sábado)
15:00 Caixa D’água: Qui-lombo é esse?
16:00 Doméstica
18:00 Katia

Fonte: H2FOZ